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Escavações Arqueológicas

 

As escavações arqueológicas colocaram a descoberto: 
  • Uma estrutura pétrea, de finais da Idade Média, que assegurava o acesso à torre; 
  • Um derrube composto por silhares de grandes dimensões, datável do século XVII, que correspondia a parte da muralha do castelo; 
  • Uma necrópole de sepulturas escavadas na rocha, anterior ao século XII; 
  • A existência na zona Oeste do cabeço, no largo do Calvário, próximo das escadas que nos levam ao Cristo Rei, de duas sepulturas nas quais os indivíduos foram enterrados “de acordo com a tradição islâmica, em decúbito lateral direito, a olhar para Este”, ainda não datáveis.  
 
“Através destes vestígios, conseguimos hoje corroborar que este espaço era já utilizado como necrópole, há pelo menos 900 anos. 

Junto à Torre Sineira foi encontrado um conjunto de 22 sepulturas rupestres (e 2 não rupestres), onde foram enterrados mais de 42 indivíduos de ambos os sexos, adultos e não adultos. 

Das 22 sepulturas escavadas, 17 são antropomórficas, representando a forma humana, reconhecendo-se a cabeceira e os encaixes para ombros e pernas. As restantes estavam demasiado destruídas para serem classificadas.  

Face aos achados, concluiu-se que, pelo menos inicialmente, aqui apenas seriam sepultados não‐adultos, daí que tenham sido encontrados 16 sepulcros infantis. 

As sepulturas apresentam-se paralelas e estavam muito próximas umas das outras. 

A maioria apresenta orientação NO-SE, uma ligeira variação aos cânones cristãos vigentes na altura, que determinavam que os defuntos deviam ser enterrados com a cabeça virada para Oeste. Assim, no Dia do Juízo Final, ao levantar-se, ficavam virados para Oriente, onde Deus descerá à Terra. 

Sabendose que nas necrópoles localizadas junto a locais de culto as sepulturas apresentam a mesma localização, seguindo a orientação dada pelo edifício, estas descobertas conduzem à conclusão que poderá existir relação entre esta necrópole e o templo do Presbítero Árias. 

Esta zona terá sido utilizada como local de enterramentos durante muito tempo, tendo os túmulos sido reutilizados várias vezes. 

Durante os trabalhos, verificou‐se que a necrópole rupestre se estende para Este, próxima do atual edifício da Igreja Matriz, tendo sido identificadas mais 8 possíveis sepulturas escavadas na rocha. Devido ao seu mau estado de conservação, não foi possível caracterizá‐las. 

Noutra zona do morro, perto da cisterna, foram descobertas mais 6 sepulturas escavadas na rocha mas que corresponderão a enterramentos mais tardios datados do final da Idade Média ou inícios da Idade Moderna.  

Na sondagem realizada no largo do Calvário foram ainda exumados alguns elementos pétreos que apresentam uma decoração que remete para a liturgia cristã. Estes elementos têm paralelo num fragmento de Conimbriga, identificado como parte da cancela de altar de um edifício de culto paleocristão.” 
 
Informação criada com base em SANTOS, Vera – "Intervenção arqueológica no Alto do Calvário, Miranda do Corvo: a necrópole rupestre". Medievalista  [Em linha]. Nº14, (Julho - Dezembro 2013). [Consultado A 24.03.2015]. 
 
Disponível em: 
http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/MEDIEVALISTA14/santos1405.html